Seca no Quênia mata mais de mil animais selvagens em 2022

A seca no Quênia resultou na morte de mais de mil animais selvagens entre fevereiro e outubro deste ano, marcando uma das piores secas na África Oriental em 40 anos, afirmou a ministra do Turismo, Peninah Malonza, nesta sexta-feira (4).

Um total de 14 espécies foram afetadas, incluindo 205 elefantes, 512 gnus, 381 zebras comuns, 12 girafas e 51 búfalos, alguns nos parques nacionais que são atrações turísticas significativas para o país. Apesar das chuvas esporádicas recentes, o Departamento Meteorológico do Quênia prevê chuvas abaixo da média nos próximos meses, gerando preocupações de que a ameaça à vida selvagem do Quênia persista.

A ministra Malonza explicou que a seca causou a mortalidade da vida selvagem devido ao esgotamento dos recursos alimentares e à escassez de água. Entre as vítimas estão 49 exemplares da zebra de Grevy, uma espécie rara e ameaçada. Em setembro, o grupo de conservação Grevy’s Zebra Trust relatou a morte de 40 Grevy’s em apenas três meses devido à seca, representando quase 2% da população da espécie.

Embora os números divulgados hoje sejam um primeiro passo para contabilizar as perdas, o ministério alertou que podem estar longe de serem abrangentes, sugerindo que os carnívoros podem ter consumido algumas carcaças, aumentando a possibilidade de uma maior mortalidade.

A notícia sobre o impacto na vida selvagem do Quênia chega poucos dias antes do início da COP27, a conferência climática da ONU, onde o anfitrião Egito destacou a questão de “perdas e danos”, buscando compensação por desastres relacionados ao clima. O Quênia, onde o turismo contribui com cerca de 10% da produção econômica e emprega mais de 2 milhões de pessoas, enfrenta graves desafios devido à seca. O ministério recomendou a oferta de água, salinas e alimentos a grupos vulneráveis de vida selvagem, bem como o aumento da monitorização e coleta de dados.